Crônica de viagem - Por Aline Sartori

Imagem - site we heart it -  Alexis Henderson  

Definir o destino, organizar um roteiro de viagem, fazer pesquisas de qualidade sobre hotéis, fazer a reserva em um hotel, comprar as passagens e cuidar para que tudo saia como o planejado, são tarefas fáceis perto do tormento de fazer as malas.

Mesmo sabendo que eu não sou a única não posso generalizar, falo por mim, carrego na minha mala apenas itens básicos, que na visão masculina redefinem o conceito de básico. Não é que eu seja exagerada, sou apenas uma mulher prevenida. Veja bem. Planejei uma viagem de cinco dias ao Nordeste. Para um ser humano normal serão necessários um par de sapatos, um de chinelos e algumas mudas de roupa. Certo? Errado! Não sou um ser humano normal. Sou uma mulher e este conceito só se aplica aos homens, verdadeira personificação da simplicidade, chegam a passar uma semana inteira com três mudas de roupa e pasmem viajam com uma simples mochila enquanto eu carrego no mínimo duas malas.

 Levo tanta coisa nas minhas viagens que somente fazendo uma lista para que eu não esqueça de nada e mesmo assim sempre falta alguma coisa.

Itens básicos de perfumaria: xampu, condicionador, creme para pentear, creme para o rosto, mão e pé, esmalte, acetona, enfim.

Na hora de separar as roupas, me sinto quase a Mãe Dina tendo que prever as condições do tempo. Mas como este poder ainda não foi me dado e o climatempo.com às vezes se engana, eu levo de tudo um pouco, sou uma mulher prevenida.

Vejamos: Roupa de banho, saída de banho, toalha de praia, toalha de banho, pelo menos uma calça jeans, blusinhas diversas, um casaquinho para o caso de fazer frio. Saia? Pode ser uma só. Bermudas? Ao menos umas três. Não posso me esquecer dos sapatos, no mínimo uns quatro pares. E bolsas? Podem ser duas: uma para ir à praia e outra para sair de noite. Agora, um item critico que não pode faltar na minha mala é o secador de cabelo, mas caso o hotel ofereça este item ponto para ele e mais espaço na minha mala, que obviamente será ocupado por qualquer outro item de necessidade básica. Até porque espaço na minha mala é sinal de que estou esquecendo alguma coisa.

Tudo pronto, agora é só de fechar as malas, outra briga a parte. Senta em cima dela emburra daqui e emburra dali. Ufa! Fechou? Fecho, por favor, só abra no hotel.

Então após longos e exaltantes 12 meses de trabalho, mais de duas horas fazendo as malas e algumas horas de avião. Agora é só sol e água de coco, certo? Nananinanão.

No caminho entre São Paulo e o Nordeste minhas malas se perderam. Tive um rápido ataque de nervos, que logo passou quando me dei conta do que isso significava. Compras! Por favor, moço me leve ao shopping mais próximo.